Resumo Este ensaio objetiva perscrutar o filme Eu, Daniel Blake, tendo como foco o tratamento do diretor Ken Loach acerca da particularidade do trabalho assalariado e da burocracia do Estado no capitalismo contemporâneo, apoiados na estética oferecida por Lukács, o qual aponta ser a particularidade a questão central que envolve o processo de criação artística e a qual tomamos como ponto de partida para realizar uma análise fílmica materialista. Apontamos que o tratamento dado às categorias tem em sua gênese a tomada de partido por parte do diretor, uma vez que as aborda de maneira crítica e comprometida com a realidade, delineando, assim, o seu potencial reflexivo. Logo, ao retratar uma realidade singular vivida por um trabalhador britânico submetido a uma condição socioeconômica superestrutural que tem no regime do capital o elemento universal, a forma como a particularidade é retratada permite transcender a obra, que se constitui em uma síntese capaz de refletir a condição de exploração e estranhamento das mediações sobre as quais estão submetidos os trabalhadores em várias partes do mundo, bem como o papel do Estado. Concluímos que a estética materialista mostra-se um meio robusto e denso, que pode contribuir com as investigações da sociabilidade contemporânea.
Abstract This essay aims to examine the film I, Daniel Blake, focusing on the treatment of director Ken Loach for the particularity of wage labor and the state bureaucracy in contemporary capitalism, supported by the treatment given to aesthetics by Lukács, which points out that the particularity is the central issue that involves the process of artistic creation and which we take as the starting point for a materialistic filmic analysis. We point out that the treatment given to categories has, in its genesis, the taking of the role of the director in approaching in a critical and committed way with reality, thus delineating his reflective potential. In portraying a singular reality experienced by a British worker subjected to a super-structural socioeconomic condition that has the universal element in the capital system, the way the particularity is portrayed allows transcending the work, which is a synthesis capable of reflecting the condition of exploitation and estrangement of the mediations on which workers are subjected in various parts of the world, as well as the role of the State. We conclude that materialist aesthetics is a robust and dense medium that can contribute to the research on contemporary sociability.
Resumen Este ensayo tiene como objetivo escrutar la película Yo, Daniel Blake, teniendo como foco el trato del director Ken Loach hacia la particularidad del trabajo asalariado y la burocracia del Estado en el capitalismo contemporáneo, apoyados en el trato dado a la estética por Lukács, quien indica que la particularidad es la cuestión central que envuelve el proceso de creación artística y la que tomamos como punto de partida para realizar un análisis fílmico materialista. Señalamos que el tratamiento dado a las categorías tiene en su génesis la toma de partido del director en su abordaje crítico y comprometido con la realidad, delineando así su potencial reflexivo. Al retratar una realidad singular vivida por un trabajador británico sometido a una condición socioeconómica superestructural que tiene en el régimen del capital el elemento universal, la forma como la particularidad es retratada permite trascender la obra, que se constituye en una síntesis capaz de reflejar la condición de explotación y extrañamiento de las mediaciones a las que están sometidos los trabajadores en varias partes del mundo, así como el papel del Estado. Concluimos que la estética materialista demuestra ser un medio robusto y denso que puede contribuir a las investigaciones acerca de la sociabilidad contemporánea.